E se mudássemos as tradições de Natal?

E se em vez do famoso bacalhau com todos comêssemos uma lasanha de espinafres? E se invertêssemos a posição da árvore de Natal e a pendurássemos no teto? E se as personagens do presépio estivessem vestidas ao estilo punk rock?

Tudo isto soa estranho e parece, até, errado, no entanto, é sempre este o sentimento quando se rompe com uma tradição, quando se quebra com aquilo que está instituído. Mas, como diria Fernando Pessoa, “Primeiro estranha-se, depois entranha-se.”…

A inovação começa, muitas vezes, ao tornar as coisas desconfortáveis, virá-las do avesso, vê-las de um prisma totalmente novo. Pendurar a árvore de Natal ao contrário, no teto, pode parecer bizarro mas, se refletirmos, podemos ver uma série de vantagens nesta ideia: as crianças estariam longe de decorações de dimensão pequena – maior segurança; e ter-se-ia mais espaço para colocar os presentes debaixo da árvore.

É sempre difícil sair da caixa e pensar verdadeiramente “out of the box”, mas, quando o fazemos, os resultados podem ser surpreendentes.

Mas afinal até onde queremos ir? Queremos pisar a linha? Ultrapassá-la, talvez… Qual a distância que tem que ser percorrida desde a ideia até à inovação?

Aquela imagem que temos dos cartoons e da ideia a surgir em forma de lâmpada não é inovação, é, sim, uma invenção ou uma ideia. Contudo, é o caminho certo para a inovação. Mas ideias, por si só, não são suficientes.

A criatividade deve ser um processo gerido e não totalmente anárquico. Assim, criar algo que, a princípio, pode parecer “tonto” e inexequível, poderá ser desenvolvido e aplicado à realidade.

E nas empresas? E se em vez de darmos resposta ao que o mercado pede… Por que não dar-lhe aquilo que ele nem sabia que queria? Levá-lo para lugares que este nem sabia serem possíveis de existir… E ter um departamento ou um especialista em inovação? É óbvio que a organização espera que estes inovem…mas e o resto da organização? Todos temos capacidade para inovar, para resolver problemas de forma criativa. Se calhar só precisamos de um empurrãozinho…

A implementação de um programa de Empowerment é uma metodologia eficaz para impulsionar a geração de novas ideias dentro das organizações ao criar um ambiente livre e de autonomia e responsabilidade simultâneas.

Então por que não comer lasanha, ter uma árvore de Natal às avessas e um presépio nada convencional?

“The significant problems we have cannot be solved at the same level of thinking with which we created them.”

Albert Einstein, (atribuído)

Sofia Sá – Communication Manager, Indeve